A história da conceção, uma história de amor

O óvulo, ativo e consciente, escolhe e atrai até si o espermatozoide mais adaptado e compatível. Perante este poderoso chamamento, os espermatozoides colaboram uns com os outros, como uma equipa, para facilitar a progressão dos escolhidos em direção ao óvulo, pois a realização de um deles é o triunfo de todos. Para alcançarem um objetivo comum, trazer ao mundo um novo ser, cada um deles contribui com a sua função específica e, por isso, cada um tem um objetivo individual concreto. Uns têm o objetivo de neutralizar a acidez vaginal, outros de suavizar a contracorrente formada pela vibração dos cílios das paredes do útero, e outros ainda de abrir caminho pela capa viscosa de células nutritivas do óvulo em direção à capa mais dura e elástica, para que um deles (e apenas um) penetre.

Milhões de espermatozoides cooperam entre si para que um tenha o privilégio de formar o novo ser. Não é uma luta pela sobrevivência do mais forte, mas uma cooperação mútua para que um, o escolhido pelo óvulo, tenha a possibilidade e a capacidade de cumprir a sua missão, que é a missão de todos, unindo assim a consciência individual à consciência coletiva, uma consciência universal.

O óvulo, longe de ser passivo e violentado, tem a função de escolher, atrair e acolher o espermatozoide que melhor o ajudará a cumprir a sua missão, que é também a missão de todos os espermatozoides da equipa, a conceção de um novo ser.

Com esta nova história podemos afirmar que há uma relação de atração mútua entre o óvulo e o espermatozoide e uma colaboração dentro da equipa masculina (entre os espermatozoides) e entre as equipas masculina e feminina (entre os espermatozoides e o aparelho reprodutor feminino). E é assim que podemos afirmar que o momento da conceção, desprovido de conquista e de violência, é o momento em que o óvulo se abre, para acolher o espermatozoide, e o espermatozoide se permite ser absorvido, para se unir ao óvulo.

Uma história de amor.

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